Esta é a parte que você nunca arrancará de mim.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Primeira postagem de setembro, os dias melhoram.
Tudo de ruim ficou com um agosto ruim, ficou para trás.
Vem a chuva. Vem a tranquilidade. Vem a primavera. Vem mudanças boas.
Feliz setembro para nós!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Recado

"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa.
Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa..."

C.F.A.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Devalued




As crônicas do além do céu - Devalued



Aquele planeta era muito parecido com o seu.
Plantas, pessoas, construções, tudo muito parecido, exceto por características bem peculiares, como a uniformidade da cor da pele (todos eram caucasianos), possuiam o mesmo tom de cor de cabelo e o mais estranho para ela: todos tinham muito dinheiro.
Não o dinheiro que era conhecido na Terra, mas uma moeda de troca e que todos tinham muito.
Ava acho aquilo diferente, quando conseguiu uma visita com o governante daquele local, logo o parabenizou:
"O senhor sabia que de onde venho há muita desigualdade? Pessoas morrem por causa desse problema todos os dias!"
"Sim, há muitas gerações conseguimos chegar a um ponto em que todos têm o poder de comprar qualquer coisa que quiserem, somos iguais."

Aquele 'iguais' a fez refletir. Iguais mesmo, na cor, no jeito de andar, nas palavras usadas, eles eram idênticos. Isso sim era uma sociedade igualitária, no sentido mais bizarro da palavra.
Passadas apenas algumas horas de sua chegada, Ava começou a reparar uma ação daqueles habitantes que a irritava: o desperdício.
"Mas você nem acabou de comer esse pedaço, ainda tem carne nele!"
"Porque você diz isso? Tem muitos outros pedaços, tome, pegue um desses e não passe vontade!" -ofereceu o anfitrião à ela.
"Não, vou acabar esse primeiro, se me der vontade eu como outro, mas só se me der vontade..."
O anfitrião refletiu um pouco, mas pela sua expressão, Ava soube que ele não havia entendido.

Com as refeições era difícil ver o mau uso, mas não era só com a comida: vestimentas, água, veículos, nem a natureza daquele mundo não era valorizada. Como tinham muito dinheiro e um poder de compra igual, todos os habitantes desperdiçavam tudo o que adquiriam. Tudo.
Aquilo a irritou, no lugar de onde vinha, cada casa possuia eletrodomésticos que possibilitava a conservação de alimentos, ela tentou explicar.
"Nós abolimos essa política há tempos!"
"Política?"
"Sim, a política de 'guardar'. Horrível essa palavra, não? Guardar para mais tarde pra quê se você pode comprar um outro novo?"
Ela ficou enjoada só de pensar nessa ideia, e refletiu: se sua raça chegasse à igualdade total, agiriam assim, tão displicentes quanto ao futuro?
Não teriam medo da falta?...
"Falta é uma palavra que já não existe mais no nosso vocabulário! Compramos dos planetas agrários próximos daqui e firmamos acordo que façam com que eles mantenham o mesmo preço há anos também... Não temos sustos nem preocupações com isso."

Ela e seus amigos continuaram naquele planeta por mais alguns dias, o tempo necessário para reabastecerem e reorganizarem suas rotas e destinos. Fez amigos lá, mas ela foi embora com a sensação de que não se encaixaria naquela sociedade tão igualitária. Será que no fundo, a desigualdade evitava o desperdício e a falta de responsabilidade?

Após algum tempo, os planetas agrários próximos foram atacados e sua população foi erradicada.
Sem alternativas, pois não havia planos caso essa situação surgisse, a população do planeta do desperdício foi extinta.
Quando sobra não há valor.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dor

Eu digo que quero te matar, mas não suporto a ideia de você estar sentindo dor.
Eu digo que quero armas, que preciso delas pra acabar com você, mas meu alvo é você dentro de mim.
O ódio some tão rápido quanto veio, esqueço todas as lágrimas derrubadas.

domingo, 14 de agosto de 2011

Não pretendia ser um blog de desabafo

Há uma ferida no meu coração.
Ela está cicatrizando bem lentamente, mas
cada vez que percebo seu desprezo ela sangra.
E o sangue, incolor, sai pelos olhos.

sábado, 13 de agosto de 2011

Precisava desabafar

Eu sinto uma dor lá no fundo, bem lá no fundo do peito. É uma dor física, de angústia, ela realmente existe.

Você me fez sentir dor, você é o motivo do meu choro, mas eu vou superar. Acredite, eu vou.
O pior foi a maneira como você começou a me desprezar, esqueceu-se de quem eu era e dos momentos que passamos juntos, sim, é clichê, mas foi o que você fez.

De mim, nem as palavras, só a frieza.
Vou te desprezar do mesmo jeito que você me desprezou.

Se não for por bem, vai ser por mal.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

In aeternum



As crônicas do além do céu - In aeternum


A terra parecia a mesma que a do seu planeta natal, também chamado Terra. Aliás, para os habitantes desse novo mundo, a Terra era o 'Planeta Azul da Galáxia Norte' junto com o Vermelho, o Gasoso, entre outros, além de seu Sol no centro da elipse harmônica daquele sistema.
Neste novo planeta ela percebeu algo diferente depois de começar a contar o que havia acontecido à eles:
"Ficamos com medo de descer, pois não sabíamos se poderíamos morrer assim que pisássemos aqui..."
"Morrer?"- interrompida por um dos habitantes.
"É, há planetas tão perig..."
"O que é morrer?"
Ava ficou sem palavras por um instante, como eles não sabiam? Como chamavam aquela 'ação'?
"Morrer é perder os sentidos para sempre"- tentou.
"Desmaio?"
"Sim, mas um desmaio do qual você não volta mais, seu corpo fica e sua mente se fecha."
"Nunca mais?"
"Nunca."- Ava falou com naturalidade, mas em tom triste, da mesma forma que todos os da sua espécie referiam-se aquele fato em suas vidas: perder e ser perdido para a morte. A reação daquele povo foi um espanto geral. Nunca houve tantas caras assustadas e tristes reunidas naquele lugar.
"Vocês nunca viram isso?"- Ava tentava entender.
"Isso nunca aconteceu entre nós! Não sabíamos que acontecia..."
"Não? Eu sempre pensei que tudo que está vivo um dia morre..."
"Não aqui."- um sábio daquele povo, que até então não havia se expressado, explicou: "Aqui nunca vimos isso, a nossa reprodução é muito pequena, por isso todos que nascem não saem daqui, ficam por perto, formam famílias por aqui mesmo."
"Quantos anos o senhor tem?"
"Anos? Não sei o que é isso."
O assunto, pesado para eles, intrigante para ela, foi encoberto por outros, mais interessantes e animadores. Durante o por-do-sol Ava ficou pensativa, não entendia porque eles não morriam, já que estavam vivos e não pareciam ser composto somente por moléculas inorgânicas, sei lá, estava difícil de entender.
Até o dia de sua despedida, o assunto sobre morte nunca mais havia sido tocado.
"Porque você tem que ir?" -uma cara de choro a olhava, de cima para baixo.
"Ô lindo, minha missão não é só aqui, mas prometo que volto pra te ver!"
"Mas 'Aba',o corpo fica e pra onde a gente vai depois que morre?"
Aquela pergunta a intrigou:
"De tantos que já morreram, ninguém sabe ou tem certeza pra onde vamos depois que deixamos o corpo..."
Aquele pequeno ser, que se preocupou para onde ir depois dessa vida, ninguém sabe ao certo porque, mas ele foi o primeiro de sua espécie a morrer.

Estradas diferentes, mesmas lembranças




Que fim levou minha rebeldia e liberdade?
Que fim levou minha espontaneidade?
Eu costumava dizer: mãe, eu volto antes do escurecer!
Eu costumava andar sem rumo, esperando alguém me chamar.
Não ia sozinha, nem sem destino.
Não me faltavam ideias, nem ideais.
Sabíamos o que queríamos.
Sabíamos onde vivíamos.
Nos encaixávamos exatamente naquele lugar.
Nos aproveitávamos da maneira mais inocente.
Onde foi parar nossa coragem?
Onde foi parar nossa amizade?

Que novo começo levou?

sábado, 6 de agosto de 2011

Bibi, uma mulher inteligente




No que depender de mim, serei teimosa.
Ninguém mais dá valor aos papos cabeças que eu costumava a ter com meus amigos homens que gostavam da cultura japonesa e inglesa em uma época de pobreza de cultura nacional.
Ninguém mais dá valor à pequenas imagens da vida: um gatinho brincando, um bebê todo bem cuidado, o sol atrás de árvores bem verdes e bem altas.
Como é raro saber qual pessoa dá valor ao que é valorizado por você. Como é difícil encontrar alguém que não te magoe, que não fruste sua idealização, alguém que pode ser melhor do que você imaginava.
Alguém que te surpreenda está em falta.
Alguém capaz de ter paciência está em falta.
Alguém que te valoriza está em falta.

Para sanar esse problema, o método é simples: finja ser segura de si o tempo todo.
Abra-se apenas com amigos muito íntimos e que não vão espalhar sua fragilidade interna.
Reclame quando for urgente, somente.
Seja forte e não deixe seu orgulho de lado, ele é seu melhor amigo.
Seja persistente na sua ideia de que algum homem vai merecê-la e que por isso este não a fará sofrer.
Chore tudo o que você puder chorar na tpm, mas somente nela. Se puder ir ao paintball nessa época também ajuda, imagine rostos lá.
E o mais importante: quando você não aguentar e tiver que chorar, que seja por um dia e não por meses.
Fuja de situações, seja estrategista.

Horóscopo para o seu signo




Na próxima semana, evite brigas.
Você pode estar insatisfeito com seus relacionamentos, tenha paciência.
Um novo amor pode entrar em sua vida!
Fase de renovação.
Dinheiro à vista, mas conserve com você o que já tem.
O destino lhe reserva um novo amor, aproveite!
Falta de grana por algum tempo, economize!
No trabalho, tente se afastar de intrigas.
Cuidado com as fofocas!
Fase de boa sorte, aproveite!
Alguém te ama ou te odeia.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Cuidado




Tá difícil deixar pra lá, deixar acontecer...
Parece que comigo não vai.
Agonia.

Paciência.
É só deixar levar, é fácil.
Não quero desistir, mas essa distância...

Porque você volta, eu não sei, ainda não entendi.
O que você você diz não corresponde.
Amizade.

Começo.
Seria só o começo mesmo?
Ou você já tem planos maiores para outras por aí?

Poxa, já faz tanto tempo.
Quando você vai se cansar, quando vai começar a dar valor?
Tempo.

Aviso.
Eu vou ter que ir embora pra você sentir minha falta?
O tempo está correndo.



























Fui.

Passado

"Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri:
Antigamente eu era eterno."

Paulo Leminski




Abrindo uma agenda
foi que eu descobri:
há um tempinho eu não queria você aqui.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

and hold your love close?

E como se aceitasse o que ele havia acabado de decidir, ela foi até o portão e o abriu. Abriu apenas um deles, pois a moto passava livremente pelo espaço cedido.
Ele colocou o capacete e sentou na moto.
Passando pelo portão, viu o sorriso dela em seu rosto, quase inclinado, cabisbaixa.
Quando ele passou, ela sorriu: "Não quer ir domingo? Já que são quase meia-noite mesmo..."
Ele tirou o capacete e lhe deu o último beijo, que começou no sábado e só acabou mesmo no domingo. Depois de seus vários beijos, carinhosos como sempre e que esquentava o coração dela, ele recolocou o capacete.
Sem saber, ele a deixava com o coração na mão, e com o medo de não vê-lo mais. Coisa que ela sentia toda vez que o via, mesmo sem receber sua atenção.
Ela tinha paciência, e muita.