
À nós:
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

e esse outro também:
Às mulheres
Que mulher nunca teve...
-Um sutiã meio furado,
-Um primo meio tarado,
-Ou um amigo meio viado?
Que mulher nunca tomou...
-Um porre de cair
-Ou um tranquiliznte para dormir?
Que mulher nunca sonhou...
-Com a sogra morta, estendida...
-Em ser muito feliz na vida
-Ou com um tratamento para estrias?
Que mulher nunca pensou...
-Em dar fim numa panela,
-Jogar o namorado pela janela
-Ou que a culpa era toda dela?
Que mulher nunca penou...
-Para ter a perna depilada,
-Para aturar uma empregada
-Ou para trabalhar menstruada?
Que mulher nunca comeu...
-Uma caixa de Bis, por ansiedade...
-Uma alface, no almoço, por vaidade
-Ou, um canalha por saudade?
Que mulher nunca apertou...
-O pé no sapato para caber,
-a barriga para emagrecer
-Ou um ursinho para não enlouquecer?
Que mulher nunca jurou...
-Que não estava ao telefone,
-Que não pensa em silicone
-Ou que "dele" não lembra nem o nome?
Só quem é mulher para entender esse poema.
autor desconhecido.
fontes: poema 1 e poema 2
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